Invasor de Basel x Real é chamado de herói; hooligans crescem na Suíça
Uefa investiga 10 pessoas que entraram no campo e estuda punição ao time da casa
Hussein A. é o nome de um dos torcedores que invadiu o campo durante o jogo entre o Basel eReal Madrid na última quarta-feira. Foram 10 no total os elementos que conseguiram escapar à segurança privada do estádio e interromper a partida por cerca de três minutos. A Uefa abriu um procedimento investigatório e o caso será analisado em 11 de dezembro.
Faixas durante o jogo (Foto: Claudia Garcia)
O Basel deverá ser punido com uma multa em francos suíços e, o continuo registro de problemas no St. Jacob Park, poderá levar a Uefa a fechar os portões do estádio nas próximas partidas europeias. Só na temporada passada, o clube foi punido duas vezes pelo comportamento da torcida e, na atual, em três partidas disputadas em casa pela Liga dos Campeões, há registro de problemas nos jogos contra Liverpool e Real Madrid. Aos invasores será limitado o acesso a estádios de futebol nos próximos meses. Pelo menos essa é a convicção de Hussein, que revelou na sua página de Facebook os detalhes da noite de quarta-feira e e foi chamado de “herói” pelos seus seguidores.
- Não me interessa se vou ser expulso dos estádios. Valeu à pena. Me levaram para a polícia, mostrei os meus documentos, mas depois voltei logo para casa. Sei que vou ser proibido de entrar nos estádios por algum tempo, mas não sei se será por muito tempo - escreveu o jovem na rede social e recebeu respostas como “herói” e “lenda”.
Hussein declarou não estar arrependido e poderá até planejar o seu regresso ao St. Jacob Park, porque, como ele mesmo disse, as punições não são longas e raramente definitivas. Mas o caso dos invasores é o que menos preocupa aos dirigentes do Basel e à Uefa, porque o clube tem dores de cabeça bem maiores. A torcida organizada está repleta de hooligans violentos e muitos deles ainda não foram identificados.
- Toda partida é a mesma coisa. Aqui há sempre algum problema. Eles não conseguem organizar uma partida pacífica, sem que nada aconteça com torcedores - comentou no final do jogo, um funcionário da Uefa, que preferiu não ser identificado, por não se tratar do assessor de imprensa oficial da entidade.
- Não me interessa se vou ser expulso dos estádios. Valeu à pena. Me levaram para a polícia, mostrei os meus documentos, mas depois voltei logo para casa. Sei que vou ser proibido de entrar nos estádios por algum tempo, mas não sei se será por muito tempo - escreveu o jovem na rede social e recebeu respostas como “herói” e “lenda”.
Hussein declarou não estar arrependido e poderá até planejar o seu regresso ao St. Jacob Park, porque, como ele mesmo disse, as punições não são longas e raramente definitivas. Mas o caso dos invasores é o que menos preocupa aos dirigentes do Basel e à Uefa, porque o clube tem dores de cabeça bem maiores. A torcida organizada está repleta de hooligans violentos e muitos deles ainda não foram identificados.
- Toda partida é a mesma coisa. Aqui há sempre algum problema. Eles não conseguem organizar uma partida pacífica, sem que nada aconteça com torcedores - comentou no final do jogo, um funcionário da Uefa, que preferiu não ser identificado, por não se tratar do assessor de imprensa oficial da entidade.
Hooligans pediam para não ser filmados (Foto: Claudia Garcia)
Hooligans no St. Jacob Park
Antes do jogo com o Liverpool no início de outubro, alguns torcedores do Basel se envolveram em confrontos com ingleses e alemães na estação de Zurique. Um hooligan foi internado e 15 foram presos: sete deles eram suíços, cinco alemães e apenas dois ingleses. A torcida do Liverpool, que antigamente tinha o rótulo de ser uma das mais perigosas da Europa, conseguiu, assim como o futebol inglês, se livrar dos hooligans e foi surpreendida pelo comportamento dos torcedores do Basel.
Antes do encontro diante do Real Madrid, a reportagem do GloboEsporte.com foi acionada por elementos da torcida organizada do Basel, que exigiram não ser filmados e tentaram levar o material. Dentro do estádio, os seguranças pediam continuamente aos jornalistas que não apontassem as câmera na direção da torcida. A proibição de não filmar torcedores não é comum nos outros estádios da Europa.
- Eles não gostam de ser filmados, não filme, nem faça fotos - pediam os stewards e até alguns funcionários da Uefa.
Hooliganismo cresce
Mas afinal quem são estes torcedores que exigem não ser filmados e aterrorizam até as autoridades locais? A torcida do Basel tem centenas hooligans e elementos que pertencem a facções políticas e religiosas radicais com ligações a hooligans alemães. As partidas contra o Zurique são as piores para a polícia suíça. Na última final da Copa da Suíça, em Berna, 45 torcedores dos dois clubes foram presos. Brigas em trens, nas ruas, fogo em praças e agressões a seguranças e outros torcedores são só uma mera casualidade para estes hooligans. Atos de violência em estádios de futebol e de hóquei no gelo estão aumentando no país.
Os últimos dados da polícia suíça são de julho deste ano e revelam o panorama dos seis meses anteriores. Portanto, entre janeiro e junho de 2014 foram identificados 1485 hooligans suíços nos estádios, um aumento de 177 elementos em relação ao mês de janeiro do mesmo ano. A grande maioria são torcedores de futebol (72%), os restantes acompanham partidas de hóquei no gelo, o segundo esporte mais praticado no país. Os nomes de todos estes torcedores estão inscritos numa base de dados controlada pela polícia nacional e têm o acesso limitado a eventos esportivos. As formas de interdição variam desde a proibição de entrar no interior do estádio, ou inclusive num perímetro entorno ao estádio até a obrigação de se apresentarem perante as autoridades na hora do jogo. A luta do governo, porém, continua, porque muitos hooligans ainda não foram identificados e outros - como disse Hussein - voltam rapidamente para os estádios.
Torcida do Basel durante a partida diante do Real (Foto: Claudia Garcia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário